... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

23 de dezembro de 2011

Natal com Sopas Sêcas

É tempo de Natal e, por muito atarefado que seja o quotidiano da nossa vida, surgem momentos em que somos remetidos para a nostalgia... de natais anteriores.
Nessas reminiscências é vulgar rebuscarmos cenas, episódios, acontecimentos, hábitos, costumes,ou seja, um sem fim de lembranças que é o suporte das nossas raízes, da nossa identidade.
E, assim sendo,  veio-me à lembrança uma "quase" iguaria que em tempos recuados não podia faltar na mesa de Natal cá por estas bandas, nestas terras que foram berço de S. Rosendo: - as Sopas Sêcas.
Sabemos que em outras regiões do país também era tradição mas, na atualidade, já não se dá importância a esta doçura e raramente os restaurantes a incluem nos seus menús, contribuindo assim para um galopante esquecimento desta sobremesa simples, fácil e barata.

                                                   A receita: - pão, água, açúcar e mel.
As quantidades ( qb ) serão em função do gosto e da quantidade de pessoas. Leva-se ao forno num alguidar de barro até ficar com a crosta tostada. Está pronto a ser servido.

"Receita de Natal", original de A. Assunção, 1984 ( óleo s/ tela 46x33 )
Não temos fotos desta gostosura mas substituímos pela pintura onde está retratado quase tudo que é necessário para o sucesso desta receita.
 (É provável que uma das razões deste esquecimento em nossas casas em confecionar as Sopas Sêcas se prenda com o utensílio tradicional, o alguidar de barro vidrado de bordas amachucadas, mas pode ser feito em qualquer outro utensílio que possa ir ao forno).

A todos os amigos e visitantes do blog, expresso o desejo de um Natal com tudo de bom e com esperança, muita esperança no futuro.

12 de dezembro de 2011

Perús... no telhado

Preferimos os perús no prato.
Quanto a isso não restam dúvidas!!!
Há dias atrás estes "emplumados" fizeram gala da sua curiosidade em lugar privilegiado, no telhado dos anexos.
Que seria que lhes despertou a tentação das alturas?
Bem, o glu, glu, glu deles ainda não tem tradução.
O Natal aproxima-se e daqui a poucos dias a curiosidade deixa de ser deles e passará a ser nossa, mas... no prato.

12 de novembro de 2011

Rôlas à espera...

... de tempestade.
Tempo cinzento, escuro, tempo de espera pela borrasca anunciada para hoje. Elas, as rôlas, esperam e... nós também. Nada a fazer, ainda bem que não mandamos no tempo, senão...

Este tempo começa a pedir lenha a crepitar no fogo da lareira, labaredas de cores a aquecer-nos o corpo enquanto a matéria se contorce e retorce em troca do nosso bem estar.
E elas, as rôlas, em que fogo se aquecem?
É curioso, nunca antes tinha pensado nisso.

2 de novembro de 2011

Alhos e Favas

A chuva tem caído hoje de forma constante e pesada. E o vento então...
Cá, em Monte Córdova, sente-se bastante o rigor dos invernos  devido à altitude a que nos encontramos e que costumam ser bem severos... mas ganha-se de muitas outras formas que não valerá a pena enunciá-las agora por não serem o motivo deste post. Ficará para outra altura.

Mal o tempo fique escorrido vamos semear (plantar) os alhos e as favas.

Os alhos secos foram comprados a um produtor da Póvoa de Varzim, região de excelência dos seus produtos hortícolas. Estes alhos são um pouco mais pequenos que o alho branco, mas mais consistentes e aguentam mais tempo depois de secos.
Quanto às favas não tivemos nenhuma preocupação quanto à variedade, foram compradas na feira do Cô, localidade que nos fica muito próxima; as mais escuras da foto são do ano passado e foram trazidas pelo nosso " mestre de lavoura " Joaquim Abílio, que diz tê-las conservado em frasco de vidro juntamente com  pedacinhos de malagueta!!!
Convém demolhar-se durante algumas horas para facilitar a germinação e... cá estaremos para dar conta dos resultados.

23 de outubro de 2011

Salamandra de pintas amarelas

Ontem à tarde quando desfazíamos um combro de terra que dificultava as manobras de acesso a máquinas agrícolas entre dois campos aqui da Horta, apareceram três salamandras de pintas amarelas.
Os compêndios apresentam-na como animal de locomoção lenta... talvez seja, mas se não fôssemos tão lestos em ir buscar a máquina fotográfica estas fotos não existiriam.
Por estas bandas as salamandras metem muito respeito.
Há a ideia que trazem peçonha, ou seja, no linguajar do povo trazem todo o género de azares, pouca sorte, doenças de pele como Tinha ou Sarna, etc. Supomos que seja mera superstição.

Com base nisto demo-nos ao trabalho de pesquisar e... em termos científicos apenas encontramos a definição de peçonha:  

-" s.f. Excreção venenosa ou corrosiva de certos animais e de alguns insetos, usada geralmente como arma de defesa. Fig. Maldade, malícia. Veneno em geral."

Talvez esteja aqui a explicação porque este animal causa  certa repulsa.


11 de outubro de 2011

Esfolhar o milho

Por cá ainda se descamisa o milho...
Já lá vai o tempo em que a esfolhada era motivo de alegria  e convívio.  Os cestos de verga foram substituídos pelos baldes de plástico, os carros de bois já não transportam as canas do milho para a eira, mas curiosamente ainda é lá que se faz a desfolhada... e os poucos canastros que ainda se conservam - onde as espigas eram armazenadas -, é mais para turista ver.
Os cantares fluíam em uníssono dos lábios dos presentes, quer fossem coreias, viras ou chulas, muitas vezes como pretexto para uma dessas danças. Os jovens participavam entusiasmados na esperança de encontrar milho-rei para poderem dar um beijo ou um abraço à namorada.

O milho-rei é a espiga vermelha ( pela tradição, a pessoa que desfolha quando encontrava esta espiga, dava um abraço a todas as pessoas presentes). A desfolhada, esfolhada ou descamisada terminava sempre em festa, com a merenda ao som das concertinas e danças pela noite dentro.
Já quase nada é como outrora. Há quem diga que o saudosismo é passado morto, mas cá por nós vamos continuar a guardar um punhado de milho rei e a deitá-lo à terra no tempo da sementeira.

4 de outubro de 2011

Abóboras...

...poucas, muito poucas
A mãe terra  tem destas coisas, abóboras poucas para guardar, as couves Penca da Póvoa com crescimento e tamanho anormais e macieiras floridas em Outubro.
É, é assim mesmo. A nossa cultura de abóboras não correu bem este ano e a colheita foi o que se vê. Estas são as que tinham tamanho e peso razoável, porque  muitas outras seguiram para a compostagem por serem pequenas demais.

Quanto à couve, na variedade Penca da Póvoa muito apreciada na época natalícia, é habitual ser plantada nesta região na última semana de Agosto. Plantamos no dia 24 e já estão conforme se vê em pouco mais de um mês.

Algumas macieiras também reclamam ser faladas e vai daí decidem florir em Setembro e Outubro. Algumas exibem frutos e outras a beleza efémera da floração.

Seja como for, somos pela aceitação e não pelo  protesto.



27 de setembro de 2011

O frio está à porta

Há que prevenir contra o frio.
Lenha amontoada... é preciso resguardá-la da chuva para quando o frio chegar estar bem seca

12 de setembro de 2011

Guarda-soleiro... sim, ainda assobiam pelas ruas


Fiiiuuuuiiiii, fiiiuuuuiii....
O som estridente do assobio do guarda-soleiro fez-se ouvir hoje, dia de feira em Santo Tirso.
Apeado, num caminhar ausente de pressas, de bicicleta pela mão ao seu lado direito e a roda de esmeril montada numa caixa de madeira no suporte sobre a roda traseira, lá ia anunciando a sua presença pelas ruas.Um ou outro rosto de pessoas de meia-idade mostrava surpresa por pensarem que a profissão do homem que conserta louça com agrafos (pratos, malgas, etc ), guarda-chuvas, amola facas, navalhas, tesouras e outras ferramentas está extinta. Engano, esta é a prova que não.
O homem denota, claramente, o aspecto de quem está no outono da vida. Na cabeça um boné descolorido, veste calças de cor escura sem festo ou baínha deformadas de tanto e continuado uso, camisa com o colarinho gasto pelo uso mas limpa, nos pés umas sapatilhas já deformadas, de rosto fechado e tisnado por muitos sóis e sem sinais de alegria, com rugas profundas que indiciam preocupações... traz estampada no rosto  a amargura do tempo que vive.
Fala-se tanto em crise que será por isso que esta profissão que muitos dão como extinta - e até nem consta das estatísticas – reaparece com alguns “toques” de modernismo? Sim, porque este guarda-soleiro aparece apetrechado em bicicleta com rodas de btt. Já lá vai o tempo da grande roda em madeira acoplada a andarilho de fita que a fazia funcionar, já não tem que pedalar para fazer funcionar a roda de esmeril é, isso sim, a ação de braço que a faz funcionar e aguçar a ferramenta: tesouras, facas, etc. Já não traz  guarda-chuva de onde tirava as varetas para compor outros e certamente também não traz agulhas para remendar o pano, porque... agora os guarda-chuvas além de serem ao preço da chuva não se remendam por serem de nylon. Será que ainda conserta a louça? Ainda haverá quem se dê à preocupação de poupar algum dinheiro dando-a a consertar? Não me parece.
E, dou-me conta que que parei no passeio e esbocei uma patética exclamação: - há quantos anos não via um guarda-soleiro.
Ele lá seguiu rua abaixo assobiando a espaços mais ou menos certos, soprando o seu instrumento, quase ao jeito de harmónica de beiços, em direção a S. Bento da Batalha, provavelmente tomando como rumo alguma das localidades mais próximas, Lousado, Trofa... quem sabe dizer o seu destino?
Fiiiuuuuiiiii, fiiiuuuuiii...

P.S. – Em tempos mais prósperos (?!) os guarda-soleiros faziam a sua aparição com as primeiras chuvas depois do verão, por altura das festas a Nª Sª de Valinhas ou a Santa Eufémia  que geralmente ocorriam e ainda se festejam entre o 2º e 3º domingos de Setembro

6 de setembro de 2011

Vinha suspensa... ou quase

Não deixa de ser original fazer vindima sem ter um palmo de terra , melhor dizendo, colher as uvas de chão de pedra e sacada em ferro no alto de um prédio.
Um exemplo que pode ser seguido por quem gosta de ter o campo à porta sem ter que se deslocar para lado nenhum, basta para isso ter um vaso e alguma imaginação ( até  pássaros estão lá , em gaiolas).
Esta singularidade pode ser vista no parque Dª Maria, em plena cidade de Santo Tirso

30 de agosto de 2011

Agricultura biológica? Perda de tempo.Não, não vale a pena

Foram estes e mais alguns os termos utilizados pelo amigo e vizinho Silva, absolutamente desalentado. 
-" quilos e quilos de batata podre para deitar fora, a couve penca e a couve tronchuda cheia de piolho, o feijão a mesma coisa, a couve galega cheia de joanas, as courgetes e as abóboras cheias de mildio com os seus poucos frutos queimados talvez pelo sol... Já com a cebola a época não correu bem, grande parte da sementeira dos alhos também se perdeu...é uma perda de tempo, não vale a pena continuar a insistir. À m... com a cultura biológica. Terei de usar os químicos para não dar por mal empregue o tempo gasto ." Mais adiante ainda afirmou: - ..." se os pesticidas fizessem assim tão mal à saúde já estaríamos todos mortos. É uma treta."
O amigo Silva fez questão de me mostrar o mísero estado da sua horta e de me mostar a quantidade de batata que apodreceu depois de colhida e arrecadada em local bem ventilado. Como já estavam na montureira, a foto ilustra apenas, como exemplo, o tipo de podridão ocorrida na batata. Alguém pode ajudar a determinar o tipo de podridão? Seria borboleta? É dificil apontar uma causa... De facto não há palavras de encorajamento nestas situações, não há porque não valem nada perante a realidade dos factos.
Aqui pela Horta apesar de não ter corrido bem algumas culturas ( acrescentaria que algumas foram de maus resultados), ainda não desistimos de teimar no biológico.
      

19 de agosto de 2011

Sementes de melão casca de carvalho

Estamos em pleno Verão e as festas, arraiais e feiras de produtos da terra multiplicam-se em todo o País. É o caso da feira/concurso de melão casca de carvalho que se realiza anualmente em Santo Tirso com produtores deste concelho. Neste último fim de semana assim aconteceu e lá estivemos a "deitar o olho" e apreciar esta delícia da natureza.
Ao caír da tarde e findo o concurso - que tem o patrocínio da Câmara Municipal na atribuição de prémios -, fomos presenteados com uma quantidade razoável de sementes dos exemplares classificados em 1º e 3º lugares. Ficamos encantados como não podia deixar de ser.
Curiosamente, já no ano passado tivemos a oportunidade de saborear e trocar breves impressões com alguns desses produtores e que para tanto nos possibilitou a presença simpática do responsável do pelouro da edilidade tirsense, dr. José Pedro Machado.
Quando estavamos com intenções de abandonar o local do concurso, surge-nos o vizinho e amigo Silva, também ele com algumas sementes, que em jeito de confidência nos diz que lhe asseguraram que para ter sucesso na plantação deste tipo de melão se deve secar as pevides sem as lavar.
Será mesmo assim? Bem, pelo sim pelo não, fizemos dois pequenos montículos; um deles lavamos as pevides e o outro não. Agora resta esperar pelo tempo próprio e cá estaremos para dar conta dos resultados.
Ah!, já esquecia  outra "dica"  que escutamos em conversa alheia: -"... germinam melhor se as pevides tiverem dois anos."
Também desconhecíamos esta particularidade e agora resta esperar pela Primavera. 

13 de julho de 2011

Toupeiras

São uns verdadeiros diabretes, as toupeiras: escavam galerias por onde lhes apetece, quer seja pelo jardim, pela horta e no pomar e, é claro, estragam ou destroem. Que bom seria encontrar a solução...
Já tentamos vários processos sem resultados dignos de realce, cujo rol é digno de ser mencionado, nomeadamente, espalhar cinza nos buracos,  colocar garrafas de plástico cortadas em tiras com o gargalo enterrado no orifício, o repelente "flortis", ratoeiras e até o encharcamento das galerias com água. Também já experimentamos o uso de químicos, nomeadamente o "phostoxin"... sem resultados visíveis.

No pomar é onde se nota e são mais visíveis "as pegadas" das danadinhas toupeiras, tendo já causado o emurchecimento de algumas árvores mais jovens.
O encharcamento das galerias com água, aparentemente,  é um processo  eficaz. A água invade e destrói as galerias, ninhos e as reservas alimentares por lá acumuladas, obrigando-as a abandonar as áreas onde se instalaram, ou mesmo matando parte delas. 
O problema é que, nos pomares, o alagamento deve ser feito em períodos curtos de modo a não matar as árvores por asfixia das raízes. Ora, combater o mal causando outros males... nem sempre é a melhor solução.

Desta vez recorremos à opinião do - mestre de lavoura - Joaquim Abílio, que não adiantou nada sem antes enfiar o dedo indicador em vários pontos de uma galeria. Para quê e porquê... também nada nos disse, mas sempre foi adiantando que: -" o problema  talvez se resolva pondo pontas de mato verde nas entradas."


Bem, assim fizemos e vamos aguardar pelos resultados.

7 de julho de 2011

Conservação da batata

A nossa batata já foi colhida hà 10 dias e, em jeito de balanço, é agradável dizer que  foi uma colheita abundante. De seguida surgiu o problema da conservação sem o uso de químicos porque armazená-la em local escuro, fresco e seco pode não ser suficiente. Todos conhecemos formas diferentes de a conservar em consequência da nossa própria experiência ou alheia e decidimos optar pelo armazenamento em cama feita com palha seca, tapada com ramos de folhas de eucalipto a fim de evitar a borboleta.

23 de junho de 2011

Adivinhar o futuro...

... com um ovo dentro de um copo com água. 
Estará certamente em desuso mas, por aqui, em dia de S. João as moças casadoiras ( e as outras ) tentavam adivinhar o seu futuro, principalmente o oculto anseio do casamento.

Ora vamos lá ao lado prático deste costume: - parte-se o  ovo dentro de um copo com água ao meio dia. Seguidamente  cobre-se o copo com uma toalha, reza-se três vezes o Credo e expõe-se ao sol durante meia hora no peitoril de uma janela. Se a clara do ovo dentro da água toma a forma de pinúculos à semelhança de torre de igreja  é casamento, de um caixão morte,  de um navio embarque,  de elos ou círculos sobrepostos fortuna, de uma montanha riqueza em terras.

Nem sempre as imagens se apresentam com estes contornos bem definidos, mas é fácil ver nelas o que se deseja.
Muitas gerações acreditaram neste costume e hoje ainda haverá quem acredite nesta forma de adivinhação? Se fosse fiável todos tentariam ver, por antecipação, o futuro. O mundo dos nossos dias não se compadece destas ingenuidades e anseios!
O assunto de hoje vem à baila por duas razões. A primeira por ser véspera de S. João e depois porque este costume supersticioso é um pouco diferente de outras regiões do país. A costumeira geral e sem tantos detalhes é fazê-lo na noite de 23 para 24 e na manhã seguinte ver o resultado.

14 de junho de 2011

Estrume de cavalo

Estamos sempre a aprender! Lá diz o ditado...
Fomos buscar umas cargas de estrume de cavalo ao picadeiro do amigo Julio Pinheiro e estavamos a fazer a amontoa do estrume separando com manga de plástico a cama feita de serradura sem palha quando aparece  o Joaquim Abílio. Tinha de ser. Para não variar lá foi sentenciando em jeito de mestre de lavoura que o estrume de cavalo é bom, mas o de coelho é ainda melhor, disse.
Ficamos um pouco embasbacados com o desplante sentencioso despropositado, mas mexer os braços ou dobrar as costas... nada, não é com ele.
Perante o nosso silêncio, lá continuou  em tom de quem não tem dúvidas. - O estrume de cavalo tem de ser muito bem curtido, aí coisa de mais ou menos um ano e se o estrume da cama tiver palha é mais depressa. Depois, quando se deitar na terra deve-se desfazer com água.

Bem, reconheço que não tenho experiência na utilização deste tipo de estrume e tenho dúvidas se o Joaquim Abílio terá razão nessa coisa de desfazer com água antes de deitar à terra. O nosso  amigo JP que nos arranjou o estrume, aconselhou a utilizá-lo depois de bem curtido, simplesmente espalhando-o na terra.
É dos books que, este tipo de estrume é considerado um fertilizante e traz melhoramentos às características físicas e químicas do solo.
Perante tudo isto, lanço um desafio aos amigos visitantes que queiram dar a sua opinião, partilhando experiências...

2 de junho de 2011

Coruja bebé

Não fosse o mero acaso de o Manuel ter "topado" com esta coruja bebé meio escondida na vegetação e... abordar num post o assunto sobre corujas era algo que não me ocorreria.  Mesmo assim, não sei se é assunto que mereça grande atenção porque a Coruja não é uma ave que atraia muita predileção, bem pelo contrário, ave nocturna que pelos sons que emite, diz o  povo, é uma ave agoirenta.
O seu  huu... huhuhuhuuuu...hu, guincho longo e trémulo, não será das melhores melodias para serem ouvidas em noites de insónia, ou para nos acompanhar a altas horas da noite em locais mal iluminados, mas cada ser tem a voz que o criador lhe deu!
Esta coruja bebé, certamente, não terá resistido à tentação da vertigem radical do seu batismo de voo planado e ... pumba, só parou no chão.
Deixá-la no local onde foi encontrada - eventualmente ser alimentada ou não pela fêmea -  certamente seria um alvo fácil de qualquer outro animal predador  e, nessa conformidade, porque julgamos ser uma das espécies protegidas, sugerimos ao seu achador dar conhecimento ao SEPNA da GNR.

ps: julgo tratar-se de uma coruja-do-mato (strix aluco) e que me perdoem os especialistas se para tanto estiver errado

31 de maio de 2011

Agradecer... com cerejas

... enquanto é tempo porque não somos donos do tempo e a vida passa ligeira, a correr, a correr!
Até parece uma missiva de mau presságio mas oxalá não seja. Decorreu  o mês de Maio sem colocar nada de novo no blog, não que a razão tenha sido falta de assunto mas sim , porque a dita "vida" se lembrou de  nos condicionar com imponderáveis e, agora - ao contrário dela - caminhamos numa recuperação algo  lenta.
Agradecer é o mínimo que posso e devo fazer a todos os  amigos que visitam este blog, muito particularmente  a Eugénia - Horticasa; Antónia e João - Quinta das Mogas; Maria Costa - Quinta da Ribeira; Ana Ramon - Paixão dos Sentidos; Ana Maria B. - O Jardineiro Amador; Cristina Reb- As Minhas Plantas;  Rui Esteves; PituxaSilva; mORFeu; Nuno Aleixo; Antónia Guerra; Kastanon; Allpe;Joaquim Nascimento ( ai, está a faltar alguém...)
Cerejas,doçura da terra (óleo s/ tela original de António Assunção)
A chamada blogosfera tem esta coisa fantástica de gerar afinidades de interesses entre as pessoas mesmo sem conhecimento pessoal.


O agradecimento é extensivo ao blogs: Bolbos em Flor, Cerrado do Moínho, Lavourablog; AMES-Projecto Hortas Pedagógicas, Quinta do Sargaçal, Quinta Nemus, Terramanhada , que sigo com regularidade e com os quais também se aprende... e muito

1 de maio de 2011

Giestas... a tradição do burro maio

O assunto de hoje não tem nada de novo mas a tradição por estas bandas ainda carrega o peso de muitos maios às portas e janelas. E o exemplo de semelhante tradição está no nosso portão florido, pela manhã, com um pé de giesta amarela. 
Porquê? - pela tradição. Por quem? - suspeitamos. Seja como for agradecemos o gesto.
Aqui a tradição impõe a colocação do raminho de giestas  no primeiro dia de Maio para impedir que o burro (leia-se diabo em forma de asno) não dê coices nas portas.
Como surgiu a tradição de colocar nas portas e janelas das casas e nas cortes do gado pequenos ramos de giestas amarelas no primeiro dia de Maio?
Contam-se muitas histórias e estórias sobre as razões e as origens deste costume tão antigo em quase todo o País, variando, muitas vezes, de lugar para lugar dentro da mesma aldeia.

Apesar do galopante desprezo por costumes e tradições... por estas bandas a tradição ainda se mantém.
Não nos custa nada aceitar estas tradições como mais um apontamento etnográfico dos mitos e crenças sobre o 1º de Maio com maias...

26 de abril de 2011

Água para regar

Desde que nos instalamos aqui em Codeçais deparamos com a dificuldade da utilização de água para regar as culturas. Estamos a utilizar a água de um furo vertical que satisfaz as necessidades.
A propósito da água para regar, deveriamos utilizar uma água comum designada de "consortes" de uma nascente localizada a poucas dezenas de metros e que desde sempre passou aqui na propriedade através de um rego mas, há cerca de 20 anos que deixou de ser utilizada devido ao alargamento da estrada para Penamaior tendo ficado sob a estrada o entubamento e não consegue vencer o desnível existente.
Como não concordo que se abdique de utilizar um bem tão precioso, lá andei de picareta a tentar rasgar e limpar o antigo rego por onde ela passava para a encaminhar de novo. Remédio santo. Os outros dois interessados apareceram a manifestar que também eles querem voltar a beneficiar da água!
Malandrecos, até agora não se importaram, simplesmente deixaram de a utilizar, enfim, acho bem. Vamos ver se também se chegam para os trabalhos que são necessários.
Na verdade aquilo que pretendia escrever era sobre o nosso tanque que está a ser construído e não sobre a água de consortes que surgiu a talho de foice...
Optamos por utilizar argolas de cimento recusando assim o formato tradicional, que implicava custos maiores. Por outro lado o acesso para as crianças é mais dificil, desviando-as da tentação de passar as mãos na água... Cada argola tem 1,50m de diâmetro por 0,50m de altura, a que deve corresponder, na totalidade, um armazenamento de pouco mais de 7.000 litros.

20 de abril de 2011

Vamos lá multiplicar plantas...

... com hormonas de enraízamento. Pois, mas não só, também com milho.
Estive à espera pelas hormonas em gel mais de dois meses, mas parece haver dificuldade na sua obtenção (  informação dada pela casa onde habitualmente compro certos produtos para a "Horta") e tive de optar por produto semelhante em líquido.
Como o tempo virou para chuva ( que bom!!!), ontem comecei a dedicar-me à tarefa de multiplicar algumas plantas, nomeadamente o buxo comum, a fotínia e o louro cerejo, sobretudo para fazer sebes - são espécies que parece pegarem razoavelmente bem por estaca mas mesmo assim optei pela utilização das hormonas -, e também duas variedades de camélias.

Até aqui tudo bem, só que no entretanto o Joaquim Abílio fez-se "aparecido" com os seus montões de conhecimentos práticos e opinativos.
E diz ele, "p'ra quê usar as modernices parecidas com água de borras de café quando pode usar outra coisa e mais barata?" Então diz-me lá, interrogo-o eu. -" Olhe com grãos de milho, assim" e exemplificou.

Optei pelas duas maneiras.
Vamos ver os resultados.

Mas o desconcertante Joaquim Abílio não ficou por aqui. Diz ele, " no Campo do Fundo tenho lá um bom talhão de nabos, bonitos, grandes como nunca tive antes; posso pedir uma coisa?" Sim, diz lá.  "Use os seus pinceis e faça um rabisco deles p'ra mim."
Por este pedido não estava à espera. Aceitei o desafio. Um dia destes mostro neste blog.

16 de abril de 2011

Domingo de ramos e o pé de couve em flor

Domingo de ramos, dia em que os afilhados levam o ramo aos padrinhos para lembrar o folar... que a Páscoa já vem perto.
Mas há um outro " ramo ", o pé de couve em flor que em tempos era usual oferecer, neste dia, às moças solteiras descomprometidas; mas não só a elas, também por brincadeira às tias solteironas.
Esta tradição do ramo do pé de couve, cá em Monte Córdova e aldeias ao redor conta-se de forma breve.

A primeira condição: - arranjar um pé de couve em flor e quanto maior melhor. Depois, os rapazes interessados em " meter conversa " com determinada moçoila aproveitavam esta oportunidade para neste dia lhes entregar - pôr o ramo - em mão, no fim da missa ; nos casos em que tal não era possível porque muitas vezes elas estavam acompanhadas dos pais, prazenteiramente eles colocavam-nos ao portão da casa dela.
Em resultado desta atitude de " pôr o ramo "muitos namoros e casamentos vieram a acontecer.
Como brincadeira, pois era disso mesmo que se tratava, os rapazes mais atrevidotes " levavam o ramo " às solteironas, preferencialmente mulheres com quem a beleza nada quiz,  para gáudio de outros que ficavam à distancia a apreciar a reação da visada.
Estamos a falar de um costume que durou muitos e muitos anos aqui em Monte Córdova, terra de gente rude, esforçada e de trabalho, típica de um Portugal de outros tempos, terra com trechos encantadores criados pela natureza,sobretudo aqueles que o rio Leça cavou por entre a rudeza da penedia e dos fraguedos.
É mais um apontamento etnográfico neste alfobre de usos e costumes de Monte Córdova. 

5 de abril de 2011

Corre, corre cabacinha, corre...

- Nestes dias de Abril tem estado tanto calor que não sei se deva preparar já algumas sementeiras de abóboras, dizia eu para o Joaquim Abílio, o companheiro - que pouco ajuda, diga-se - nos afazeres cá da Horta.
Subitamente, disparou da minha beira deixando-me a falar sozinho. Tal e qual. Levou-me a pensar: - fala-se em trabalho e... desaparece, talvez a secura o tenha levado a molhar as goelas em vinho, como sempre faz. Coitado, sabe-se lá a razão porque se refugia no álcool!!!
Mas não, pouco depois regressou com uma cabaça na mão.
- Tome lá, não se esqueça de semear também destas, agitando bem a cabaça como se fosse uma maraca para se ouvir bem o conteúdo das pevides.
No imediato me fez lembrar o conto tradicional, a história que fala de uma velha que para fugir ao lobo que se encontrava na floresta se meteu na cabacinha... histórias, histórias que nos povoava a cabecita há muito tempo atrás. Quantos se lembrarão desta lengalenga:                                      "não vi velha nem velhinha/ não vi velha nem velhão.
                     Corre, corre cabacinha, /corre, corre cabação".

Bem, mas a cabaça não é só história. Em tempos que já lá vão,  as pessoas nos meios rurais usavam a cabaça  para guardar a água que levavam com elas para os trabalhos do campo e com vinho para as romarias. Atualmente fazem apenas parte do folclore como memória etnográfica.

28 de março de 2011

Cabritinha... no telhado

 - Olha o "diacho" da cabritinha p'ró que lhe havia de dar!
Ouvi assim, sem mais. Alonguei o olhar para o sítio mais improvável e lá estava ela, a cabritinha, no telhado do anexo a cheirar demoradamente a chaminé.
Não, não foi difícil lá chegar, aproveitou o desnível do terreno e com um pequeno salto lá conseguiu chegar onde chegou.

Recentemente a família cabresa do sr. Fernando aumentou com o nascimento de dois filhotes. Para além de serem uma ternura é divertido vê-los em correrias, aos pinotes e em pequenas lutas ( as brincadeiras da idade).

O mundo da cabritada.
Mas não se diga que entre iguais não há respeito.
Nesta foto, o olhar atento da mãe cabra desafia o que para muitos humanos é frequentemente declinado.

16 de março de 2011

Ameixieiras em vantagem

Ainda não é possível dizer a percentagem de sucesso da plantação do nosso pomar, mas... já há sinais visíveis e as ameixieiras levam vantagem, pois para além da muita floração é notório o seu desenvolvimento para árvores de cerca de 2 anos; os damascos também estão na corrida e os pessegueiros logo atrás. Menos desenvolvidas estão as cerejeiras... resta aguardar.
Daqui a algumas semanas já podemos contabilizar os resultados relativamente a todas as variedades de fruteiras.

12 de março de 2011

Petição a favor do Sobreiro árvore nacional

Nós também estamos a favor.
Defender o Sobreiro, sim. Já que os "donos" do poder são pouco sensíveis aos verdadeiros interesses da nação...ou apenas se desinteressam por colidir com os seus interesses.
Acha bem? Então subscreva aqui: http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=sobreiro

4 de março de 2011

Plantar morangos...

... em dia com nuvens e pouco sol.
Parece ser esta a recomendação dos entendidos no assunto, que não é o nosso caso. Há dias atrás compramos alguns atados de morangos remontantes de raíz nua e porque as previsões meteorológicas assim o indicavam esperamos  e escolhemos este dia para plantar os morangos.
Enquanto se procedia à preparação dos camalhões, procedeu-se ao corte das raízes mais compridas por forma a serem plantados os pés sem dobrar as raízes, funcionando assim, entre outras razões, também como que uma pequena desinfeção de microorganismos parasitas.
Em função dos camalhões, plantamos 12 plantas/m2 e utilizamos como estrumação a compostagem caseira.
Para minimizar os problemas com as ervas daninhas utilizamos a vulgar manga de plástico.
Agora vamos esperar pelos resultados a partir de Maio até ao Verão.
Temos um problema,  ou talvez não, ignoramos a variedade apenas porque nos esquecemos de perguntar.

28 de fevereiro de 2011

Obras, obras e mais obras....

... com os tranqueiros em destaque.
Já lá vão os dias de chuva e nestes últimos dias o tempo tem corrido de feição para as obras que continuam aqui pela "Horta". Está tudo num rebuliço tremendo e já quase não identificamos a atualidade com quase tudo o que encontramos quando cá chegamos em setembro passado.
Neste momento a desordem causada pelas obras é mais visível na  Leira das  Pedras devido à construção dos pilares para o portão de acesso e à vala para a colocação dos cabos da electricidade e tubagens diversas.
Bem, o objectivo deste post não é propriamente falar das obras mas, isso sim, dos tranqueiros. Que é isso?  Nesta região chama-se tranqueiros aos pilares que servem de sustentação aos portões maiores ou principais das casas agrícolas. 
Consultando o dicionário, verificamos que o termo tranqueiro traduz outra coisa completamente diferente. A  resposta está na Etnografia e na riqueza da sabedoria popular, ou seja, os tranqueiros servem para segurar as trancas das portas. Certo, nem mais.
A diferença é que já não se usam trancas nas portas. Esses tempos já lá vão, todo o cuidado e cautela nunca é demais.

20 de fevereiro de 2011

Camélias em exposição

Soubemos ontem que estava patente a IX Exposição de Camélias, no Museu Abade Pedrosa, em Santo Tirso. Ao fim da manhã de hoje, domingo, deslocamo-nos até ao local do evento e sofremos uma grande desilusão pois encontrava-se encerrado da parte de manhã. Aliás não fomos os únicos, pois encontramos um grupo de 5 cidadãos espanhóis oriundos de Villa Garcia de Arousa que se deslocaram para admirar as variedades e a beleza destas flores de inverno.
Soubemos posteriormente que o horário era das 14 às 18 horas, ontem e hoje. Despertou-nos a curiosidade um artístico conjunto de arranjos florais dispostos na entrada do local a chamar a atenção de tal exposição.
Curto ou suficiente este horário ao público? Escusamo-nos de comentar, até porque já fizemos parte da organização em algumas exposições anteriores, nomeadamente em 1995 ( I Exposição), 1997 (II Exposição) e 2003 (V Exposição) devido às funções desempenhadas em colectividades filatélicas  e de coleccionismo que organizaram essas exposições, sendo produzidos carimbos filatélicos comemorativos alusivos a tais eventos e que reproduzimos um desses carimbos.
Apreciamos muito as camélias e estamos aos poucos a reunir algumas variedades para as instalar aqui na "Horta". Alguns exemplares envasados que trouxemos do " Cordão da Granja " - e que para lá tínhamos levado em 2010- estão a aguardar a decisão quanto ao local para serem plantados. São produto de enxertias das existentes no Mosteiro de S. Bento, variedades antigas de camélias portuguesas e de camélias híbridas ( 3 exemplares ) obtidas por semente.
A propósito e não sendo nenhum especialista mas apenas um admirador desta magnifica flor, não deixo de dar à estampa o que vem escrito nos books: -" Reprodução: Só se semeia a camélia na esperança de obter variedades novas, o que muitas vezes se consegue. A estaca, o mergulho e a enxertia são os meios de propagação mais usados (...) não criando todavia raízes senão ao fim de dois anos.


7 de fevereiro de 2011

Semear batata

Já vai sendo tempo de semear a batata.
Já? - parece-me estar a ouvir.
Sim, o tempo tem estado de feição, apesar do calor durante o dia, embora as temperaturas nocturnas aconselhem alguma contenção, por fazer bastante frio.
Seja como for e seja o que for que venha a acontecer já procedemos hoje  à sementeira de parte da área destinada a este cultivo.
O Paulo no trator procedeu à preparação do terreno para a batata da variedade Kennebec, importada da Dinamarca que adquirimos na Cooperativa dos Agricultores de Santo Tirso.
A variedade Desirée será semeada lá por Março adiante...
 Claro que o desconcertante Joaquim Abílio - em estado sóbrio, coisa pouco habitual nele - lá foi avisando: - " batata semeada no cedo, é de ter medo". Aqui está toda a força da etnografia com os seus ditados!!!

Seja como for, é normal nesta região proceder-se ao plantio cedo da batata. E é esta a razão de ser deste post, ou seja, transmitir um pouco da experiência. Se porventura ocorrer geada no abrolhamento da batata queimando-o, deve-se recobrir a batata com terra por forma a que volte a rebentar de novo.

Kennebec: variedade semi–precoce de pele branca e polpa branca, com forma oval, oblonga. Produções altas, boa para armazenamento e pode ser utilizada em culinária de todas as formas. 

21 de janeiro de 2011

A tristeza de decepar... uma cepa

Não, não foi apenas uma, foram várias, mas era inevitável. Mas que causou tristeza e custou imenso fazê-lo, lá isso custou, acreditem.

A chuva ausentou-se estes dias destas paragens e há que aproveitar para tratar da vinha.
Em Setembro passado já tinhamos feito a estimativa das cepas de vinho "americano" a abater.
Uma quantidade apreciavel estava em estado deplorável, de décadas ao Deus-dará e muito velhas, para além de mal situadas na extrema de um combro que nos dificultava bastante....

Esta selecção e abate vai permitir-nos tratar de erguer e substituír alguns esteios derreados ou partidos bem como a substituição de alguma aramagem por estar apodrecida.



A maior dificuldade está em arranjar pessoal
experiente neste tipo de trabalho, caso contrário
teremos de nos tornar especialistas à força, e
quanto antes, enquanto as vides não começam
a "puxar" como por aqui se diz, ou seja, enquanto
está em repouso vegetativo. Aliás, a poda também
não pode esperar mais tempo.

14 de janeiro de 2011

Matar saudades... pelo Natal (2)

Já devia ter publicado este post mas... as coisas são como são e o assunto não perde actualidade.
Quando na véspera de Natal fomos matar saudades ao Cordão da Granja ( assunto que abordamos no anterior post ) e porque se tratava da úiltima visita trouxemos também algumas plantas envasadas e sementes diversas.

 É o caso das sementes de Louro.
Vamos deitar à terra a partir de Fevereiro, deixar que germinem e esperar que os resultados sejam bons. O loureiro forma excelentes sebes e é muito útil até para afastar os mosquitos. Seria fácil trazer alguns pés jovens e plantar aqui em Codeçais mas acontece que o loureiro não gosta de ser transplantado - falamos por experiencia -, preferindo desenvolver-se na terra onde germinou.

Loureiro: planta subarbórea, com folhas odoríferas utilizadas como condimento, com pequenas bagas empregadas em medicina e na indústria, pertencente à fam. das Lauráceas, cultivada e  espontânea em Portugal; também denominada loiro, louro e sempre-verde, em algumas regiões.

4 de janeiro de 2011

Matar saudades... pelo Natal (1)

Na véspera  de Natal  fomos a Mentrestido, concelho de Cerveira, visitar as pessoas de quem nos afastamos desde Setembro e com quem lidamos durante anos, que nos foram muito úteis a tratar da propriedade do Cordão da Granja e que muito nos ajudaram a respeitar, a compreender e a amar a terra mãe na sua fecundidade quando verdadeiramente respeitada.
As saudades da srª Maria da Granja ( vai na bonita e rija idade de 87 anos) eram muitas e gostamos muito de a voltar a ver. Falamos de tudo e até do Manel "Galaró", do Zé da "Clara", da Cândida "Calçada", do Manel "Costinha" e tantos outros... um desfiar de lembranças. O tempo correu depressa.

Enquanto carregavamos algumas abóboras,em jeito de despedida a  Srª Maria da Granja presenteou-nos com ovos do seu galinheiro ainda quentes e sujos. E... como não podia deixar de ser, um conselho: -"deve-se guardar as pívedas das abóboras com mais verrugas". 

Nas aldeias desta região, trabalhar a horta, a recolha das sementes e sua conservação para a sementeira seguinte é uma tarefa habitualmente realizada pelas mulheres. Vem daí o saber pela experiencia, não duvidamos.


Logo que acabamos de regressar tratamos de fazer doce de abóbora. A receita é vulgar, deixando cozer em lume brando mais de três horas. Enchemos alguns frascos com doce misturado com nozes e amendoas e outros simples, sem frutos secos.
Mais umas doçuras a juntar a outras na mesa de Natal.