... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

30 de agosto de 2011

Agricultura biológica? Perda de tempo.Não, não vale a pena

Foram estes e mais alguns os termos utilizados pelo amigo e vizinho Silva, absolutamente desalentado. 
-" quilos e quilos de batata podre para deitar fora, a couve penca e a couve tronchuda cheia de piolho, o feijão a mesma coisa, a couve galega cheia de joanas, as courgetes e as abóboras cheias de mildio com os seus poucos frutos queimados talvez pelo sol... Já com a cebola a época não correu bem, grande parte da sementeira dos alhos também se perdeu...é uma perda de tempo, não vale a pena continuar a insistir. À m... com a cultura biológica. Terei de usar os químicos para não dar por mal empregue o tempo gasto ." Mais adiante ainda afirmou: - ..." se os pesticidas fizessem assim tão mal à saúde já estaríamos todos mortos. É uma treta."
O amigo Silva fez questão de me mostrar o mísero estado da sua horta e de me mostar a quantidade de batata que apodreceu depois de colhida e arrecadada em local bem ventilado. Como já estavam na montureira, a foto ilustra apenas, como exemplo, o tipo de podridão ocorrida na batata. Alguém pode ajudar a determinar o tipo de podridão? Seria borboleta? É dificil apontar uma causa... De facto não há palavras de encorajamento nestas situações, não há porque não valem nada perante a realidade dos factos.
Aqui pela Horta apesar de não ter corrido bem algumas culturas ( acrescentaria que algumas foram de maus resultados), ainda não desistimos de teimar no biológico.
      

6 comentários:

  1. Realmente parece bastante desanimador.
    Eu acho que para ter resultados não se pode semear muita quantidade de cada vez, no ano passado plantei cebolas em três alturas diferentes e as piores, foi precisamente quando me disseram que era a altura ideal.
    Isto para dizer que temos que ir tentando sempre, mas pouco de cada vez e varias vezes, se uma vez é mau vem outra que é melhor.
    É importante não perder a vontade de cultivar biológico e ir procurando formas naturais de combater as pragas.
    bj eugénia

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  2. Até dá dó ver assim as batatas.
    É o q me custa mais é ter o trabalho e depois sair tudo estragado.
    Eu hoje renovei outra vez a minha horta ,estou estafada mas feliz...vamos ver se corre bem

    beijos e lambidelas da malta
    pituxasilva

    p.s.-Agradeço pelas palavras sempre gentis

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  3. Aí está a dificuldade: as pessoas desalentam...

    Não vale a pena desanimar:
    Uma horta biológica baseia-se antes demais no solo, e na compreensão de que assim é: um solo fértil e rico em matéria orgânica e vida, é o principal aliado da agricultura biológica.


    Ah, e não vai lá com "receitas". É preciso conhecer todos os processos das culturas a fundo.


    Boa sorte e ânimo; se é que acredita por acaso, que a natureza é rica o suficiente para esconder algumas surpresas agradáveis; e que a solução não passa sempre por compostos químicos de efeitos tóxicos.

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  4. Sou produtor BIO e aquilo que é descrito só pode querer dizer uma coisa. Mau planeamento, manutenção e tratamento das culturas.

    A agricultura biológica é ainda mais exigente que a agricultura convencional. É preciso planear bem e ter muito atenção às intervenções necessárias na cultura.

    A Batata foi tratada com Calda Bordalesa? Foi produzida em regadio ou sequeiro? Piolho na Couve e Feijão? (Trata-se facilmente mas é preciso inspeccionar regularmente as plantas e actuar logo que detectamos o problema).

    Mildio? Sim é um problema que se previne e não se trata...Basta aplicar preventivamente Enxofre em pó.

    Todos os problemas descritos são também problemas da Agricultura Convencional...mas quando não temos boas práticas agrícolas os problemas surgem, independentemente do método de produção utilizado.

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  5. Olá.
    De facto não há como divulgar para partilhar, quer nos problemas quer no apontar de soluções.
    E neste particular agradeço a "Anónimo" as dicas importantes que escreveu no comentário para todos os que gostamos da terra em particular da agricultura(não quer ter a amabilidade de nos indicar o seu blog ou sitio que event. tenha na net?).
    Quanto ao amigo Silva e às suas práticas agrícolas, devo acrescentar que é pessoa muito cuidadosa e interessada e que em algumas situações me tem aconselhado o melhor caminho... Ele dedica-se à agricultura já há uns anos depois de se ter aposentado do ensino e para além disso foi pessoa que nasceu e cresceu no mundo rural.
    Obrigado a todos.
    Cumprimentos
    António A.

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  6. Olá colegas,

    O Sr. Anónimo tem alguma razão. Aliás devo acrescentar que a AB é um sistema (solo, plantas, animais, homem, clima...). Qaundo se mexe num, afecta-se o outro. A ideia é não ter pragas: tem-se a planta XXX para atrair o bicho XXX que come o piolho atraido pelo feijão. Actuar só quando a praga se instala não resulta, o sistema deve estar montado para evitar que o piolho se transforme numa praga. Parece complicado, e no inicio até é, mas depois da maquina estar a andar é só ajudar.
    Faço produção biologica na minha quintinha, ainda estou a montar a "maquina", tenho blog (podem ver no perfil) e estou disponivel para ajudar o Sr. Silva (tenho alguma literatura digital). Não sou especialista, mas o que não sei vou à procura, e partilho.
    Boas colheitas
    Ana Mourão

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