... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

21 de janeiro de 2011

A tristeza de decepar... uma cepa

Não, não foi apenas uma, foram várias, mas era inevitável. Mas que causou tristeza e custou imenso fazê-lo, lá isso custou, acreditem.

A chuva ausentou-se estes dias destas paragens e há que aproveitar para tratar da vinha.
Em Setembro passado já tinhamos feito a estimativa das cepas de vinho "americano" a abater.
Uma quantidade apreciavel estava em estado deplorável, de décadas ao Deus-dará e muito velhas, para além de mal situadas na extrema de um combro que nos dificultava bastante....

Esta selecção e abate vai permitir-nos tratar de erguer e substituír alguns esteios derreados ou partidos bem como a substituição de alguma aramagem por estar apodrecida.



A maior dificuldade está em arranjar pessoal
experiente neste tipo de trabalho, caso contrário
teremos de nos tornar especialistas à força, e
quanto antes, enquanto as vides não começam
a "puxar" como por aqui se diz, ou seja, enquanto
está em repouso vegetativo. Aliás, a poda também
não pode esperar mais tempo.

14 de janeiro de 2011

Matar saudades... pelo Natal (2)

Já devia ter publicado este post mas... as coisas são como são e o assunto não perde actualidade.
Quando na véspera de Natal fomos matar saudades ao Cordão da Granja ( assunto que abordamos no anterior post ) e porque se tratava da úiltima visita trouxemos também algumas plantas envasadas e sementes diversas.

 É o caso das sementes de Louro.
Vamos deitar à terra a partir de Fevereiro, deixar que germinem e esperar que os resultados sejam bons. O loureiro forma excelentes sebes e é muito útil até para afastar os mosquitos. Seria fácil trazer alguns pés jovens e plantar aqui em Codeçais mas acontece que o loureiro não gosta de ser transplantado - falamos por experiencia -, preferindo desenvolver-se na terra onde germinou.

Loureiro: planta subarbórea, com folhas odoríferas utilizadas como condimento, com pequenas bagas empregadas em medicina e na indústria, pertencente à fam. das Lauráceas, cultivada e  espontânea em Portugal; também denominada loiro, louro e sempre-verde, em algumas regiões.

4 de janeiro de 2011

Matar saudades... pelo Natal (1)

Na véspera  de Natal  fomos a Mentrestido, concelho de Cerveira, visitar as pessoas de quem nos afastamos desde Setembro e com quem lidamos durante anos, que nos foram muito úteis a tratar da propriedade do Cordão da Granja e que muito nos ajudaram a respeitar, a compreender e a amar a terra mãe na sua fecundidade quando verdadeiramente respeitada.
As saudades da srª Maria da Granja ( vai na bonita e rija idade de 87 anos) eram muitas e gostamos muito de a voltar a ver. Falamos de tudo e até do Manel "Galaró", do Zé da "Clara", da Cândida "Calçada", do Manel "Costinha" e tantos outros... um desfiar de lembranças. O tempo correu depressa.

Enquanto carregavamos algumas abóboras,em jeito de despedida a  Srª Maria da Granja presenteou-nos com ovos do seu galinheiro ainda quentes e sujos. E... como não podia deixar de ser, um conselho: -"deve-se guardar as pívedas das abóboras com mais verrugas". 

Nas aldeias desta região, trabalhar a horta, a recolha das sementes e sua conservação para a sementeira seguinte é uma tarefa habitualmente realizada pelas mulheres. Vem daí o saber pela experiencia, não duvidamos.


Logo que acabamos de regressar tratamos de fazer doce de abóbora. A receita é vulgar, deixando cozer em lume brando mais de três horas. Enchemos alguns frascos com doce misturado com nozes e amendoas e outros simples, sem frutos secos.
Mais umas doçuras a juntar a outras na mesa de Natal.