... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

27 de fevereiro de 2012

A terra a quem a trabalhe

E porque não? Não pensem mal quanto à rusticidade do título mas surgiu-me quase sem querer e a propósito do programa que acabou de passar na TVI - O Sal da Terra.
Apreciei a coragem dos jovens que apareceram nas imagens da reportagem  e que decidiram aventurar-se nesta coisa da lavoura, ou seja, para uns o sonho para outros uma oportunidade na estrada da vida. E nessa perspetiva são muitos os jovens portugueses que partem para o interior.
Todos sabemos e vemos a enormidade de terras sem produzir nada... apenas abandono, até há quem aponte para 2/3 do solo português ao deus-dará.
Em toda esta questão há lados menos bons que são esquecidos ou não contemplados quando se toma este tipo de decisão, é que, trabalhar a terra mesmo com ajuda de maquinaria dá muito trabalho, não pode haver horários, dá sofrimento físico ( apenas como exemplo, calos, bolhas) e, quantas vezes, frustrações nas sementeiras e plantações.
O senhor secretário de estado anunciou algumas intenções, mas, neste país tantas vezes adiado, os governantes lá prometer, prometem...
Mas, a frase que me ficou na memória e que me motivou para este post foi dita por um jovem entrevistado:-" ...só com paixão é que se consegue fazer este trabalho."
Desculpem não continuar a "escrevinhar" mas só agora me lembrei que amanhã vamos plantar uns talhões de coivão comprado na feira semanal de Santo Tirso e estão fora da água...

3 comentários:

  1. Mas esse rapaz tem razão, só a paixão nos faz mover para o campo.
    Não me estou a lamentar, eu até tenho tido muito bons resultados, mas também não vivo da terra....
    Obrigada pela visita, os grelos são bons sim, muito bons mesmo, mas vêm todos ao mesmo tempo, daqui a duas semanas não tenho nada para colher.
    Vou guardando na arca, não penso deixar estragar nem um.
    beijinho

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  2. Viva António,

    Tb vi a reportagem que passou na TVI e gostei muito mas faço minhas as sua (dele) palavras pois só com muita paixão é que se consegue fazer este trabalho.

    Um abraço

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  3. Quando a crise apertar no estômago vão ver que não é preciso paixão para agarrar na sachola e não vai faltar vontade de sachar!

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