... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

1 de maio de 2011

Giestas... a tradição do burro maio

O assunto de hoje não tem nada de novo mas a tradição por estas bandas ainda carrega o peso de muitos maios às portas e janelas. E o exemplo de semelhante tradição está no nosso portão florido, pela manhã, com um pé de giesta amarela. 
Porquê? - pela tradição. Por quem? - suspeitamos. Seja como for agradecemos o gesto.
Aqui a tradição impõe a colocação do raminho de giestas  no primeiro dia de Maio para impedir que o burro (leia-se diabo em forma de asno) não dê coices nas portas.
Como surgiu a tradição de colocar nas portas e janelas das casas e nas cortes do gado pequenos ramos de giestas amarelas no primeiro dia de Maio?
Contam-se muitas histórias e estórias sobre as razões e as origens deste costume tão antigo em quase todo o País, variando, muitas vezes, de lugar para lugar dentro da mesma aldeia.

Apesar do galopante desprezo por costumes e tradições... por estas bandas a tradição ainda se mantém.
Não nos custa nada aceitar estas tradições como mais um apontamento etnográfico dos mitos e crenças sobre o 1º de Maio com maias...

4 comentários:

  1. Também passei o dia 1º de Maio lá na terra mas, ninguém faz nada, passei o dia a trabalhar no quintal, não vi tradições, só ouvi o sino da capela, devia ser hora de ir para a missa, mas como tinha muito que fazer...
    Agora por estes lados a tradição é ir para os centros comerciais... que pena.
    Ainda bem que por aí as coisas ainda são como dantes...
    bj eugénia

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  2. Eu não esqueci as minhas!! :)Este ano só me esqueci de colocar no carro..

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  3. Olá.
    Os vossos comentários são o máximo.
    Bem hajam.

    Cumps.
    António A.

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  4. Olá António (é a segunda vez que tento enviar este comentário). Dizia eu que entrei na "Horta de Codeçais" apenas com a intenção de agradecer a sua visita. Só que li este seu texto, depois fui lendo os anteriores e saltando de página em página acabei por ler tudo o que publicou neste blogue, quando o tempo a esta hora me é demasiado escasso por causa do almoço que já devia estar na mesa :) Foi um prazer enorme ler o relato das suas experiências, os trabalhos que lhe têm aparecido pela frente e os conhecimentos que vem partilhando sobre os usos e costumes dessa terra. Também percebi que, tal como nós, não lhe sobra muito tempo para escrever mais frequentemente. Para quem é apenas aprendiz nestas tarefas em que se trabalha directamente com uma Natureza poderosa, por vezes cheia de artes e manhas que é preciso saber descodificar, depara-se frequentemente com um trabalho gigantesco que só uma grande teimosia é que consegue fazer chegar a alguns níveis de sucesso... por vezes pouco entusiasmantes :)
    Mas fiquei contente por saber que algures, pelos Codeçais, existem pessoas igualmente persistentes numa relação amigável, na medida do possível, com a nossa mãe Natureza. Vou aparecendo sempre que possível e deixo aqui um abraço de estima e de conforto pelas perdas que se vão sempre somando nas nossas vidas.
    Um beijinho grande
    Ana Ramon
    http://paixaodossentidos.blogspot.com/

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