... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

23 de junho de 2013

Piolho em macieiras e na horta

Vai tudo de mal a pior este ano agrícola, cá na Horta, e de pouco nos vale as lamentações.
Diria que é normal nesta altura o aparecimento do piolho cinzento nos novos rebentos mas a infestação desta praga tomou proporções incontroláveis no nosso pomar, atacando sobretudo as macieiras.
De nada valeu a calda bordalesa como preventivo e a aplicação do óleo de verão. É este o estado em que se encontram. Para tanto terão contribuído as chuvas das últimas semanas e as condições meteorológicas adversas.
Perante situações como esta assalta-nos a dúvida e abala-nos a determinação na agricultura biológica.
A situação abaixo mencionada dará ideia, embora não tenha dado à estampa aqui no blog: -A colheita de favas foi semelhante a anos anteriores mas  obrigou a muito trabalho e redobrada atenção ao piolho que frequentemente aparecia; colheu-se muito menos quantidade de ervilha de grão e de quebrar; a penca deu um ar de graça espigando na sua maioria e a que dava para colher... apoderou-se dela a bicha; a cebola dos dias grandes apresenta dificuldade de crescimento. Nas novidades, as folhas das melancias estão "encarquilhadas" devido ao piolho ; no feijão verde também já foi necessário intervir devido ao mesmo problema do piolho; as beterrabas apresentam o mesmo problema nas folhas e muitos dos tubérculos apresentam rachaduras. No batatal, a variedade vermelha desirée, colhida esta semana, é muito miúda e esperamos que na qualidade kennebec branca,  a colheita seja melhor.
De tudo isto exceptua-se a variedade de tomate coração-de-boi e os morangueiros que, apesar de produzirem menos, não apresentam moléstias ou pragas.
No pomar praticamente não temos fruta: cereja muito pouca; nada em  damascos; nada em ameixas; os nashi têm poucos frutos; pouca pêra e, a enegrecer ainda mais, os pessegueiros foram dizimados pela lepra. 

Paciência e esperança de melhores colheitas no futuro acreditando na AB.

3 comentários:

  1. É desesperante de facto!
    Na minha horta também tenho tido alguns dos problemas que mencionou. O feijão não nasceu bem, está encarquilhado, as favas tiveram mais piolho que nos anos anteriores, fruta nem vê-la, só umas raras amostras, as couves este ano quase não deram grelos, Enfim, uma miséria. esperemos no próximo ano ter mais sorte...
    Cps
    Beta

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  2. Aqui no Riacho da Joaninha o piolho também ataca com força.
    Já apliquei por duas vezes uma solução de água com sabão e detergente da louça. Melhorou qualquer coisa, mas não eliminou totalmente.
    Quanto a fruta tenho dois pessegueiros com alguma fruta, graças à polinização manual. Uma prática ótima para anos difíceis em termos de polinização.

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  3. Olá
    Cara Beta, também fico pesaroso quando as coisas correm mal aos outros, será que posso assinalar como conforto solidário?...
    Riacho da Joaninha:- quando assim acontece pouco há a fazer, as pragas são mais poderosas.Obrigado por lembrar a polinização manual mas, no nosso caso, é pouco viável devido à quantidade de árvores que temos e quase sem pessoal para os trabalhos.
    Cumprimentos
    António A.

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